Peruíbe História
Com a chegada de Martim Afonso de Souza na região, no século XVI, há uma organização política regional, com a distribuição das Capitânias Hereditárias pela Coroa Portuguesa, com as terras onde hoje se encontra o município de Peruíbe inseridas na Capitânia de São Vicente. Há registro que tanto o Bacharel de Cananéia quanto Pero Correia foram proprietários dessas terras, sendo que Pero Correa, após sua entrada para a Companhia de Jesus, teria doado toda a sua terra à Companhia de Jesus, terras essas que ocupavam grande parte da área onde hoje se encontra Peruíbe.
Em 1550 Leonardo Nunes chega à Capitania de São Vicente e consequentemente às terras de Peruíbe, por isso é considerado o primeiro Jesuíta a pisar na Capitania de São Vicente e aqui começar o seu grande e árduo trabalho de catequização e organização dos índios, náufragos e degredados.
Em junho de 1554 Leonardo Nunes, indo à Europa para reunião com Ignácio de Loyola (Primaz da Companhia de Jesus) e com o Papa, morre em um naufrágio. Em setembro do mesmo ano é Pero Correia que perde a vida nas praias de Cananéia em missão evangelizadora, morto pelos índios Carijós.
Segundo estudos realizados pelo historiador e arqueólogo Plácido Cali, há registros que falam de um povoado na Vila de Conceição de Itanhaém a partir de 1549, e esse povoado foi elevado à categoria de Vila em 1561. Nele havia o núcleo urbano e pequenas fazendas distribuídas ao longo da margem do rio Itanhaém.
Esta Vila se destaca por ser o único lugar à época a abrigar um aldeamento (local com agrupamentos de índios reunidos por oficiais da Coroa ou missionários), o aldeamento de São João Batista, local hoje conhecido como Ruínas do Abarebebê.
Por outro lado, a ocupação turística em Peruíbe aumentou em função do início da deterioração das praias de Santos e, também, pela melhoria nas condições de tráfego da área. A Via Anchieta teve sua primeira pista terminada em 1947 e a segunda em 1950, enquanto a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, - que liga Santos a Peruíbe - teve sua obra iniciada em 1951, ficando paralisada até o final da década, sendo inaugurada somente nos anos sessenta.
Em 1958, Peruíbe era um povoado que pertencia à cidade de Itanhaém, então um grupo de moradores e frequentadores de Peruíbe através de movimento político articulado, conseguiu a realização de um plebiscito para emancipar Peruíbe. Esse plebiscito aconteceu dia 24 de dezembro de 1958, tendo sido aprovada a emancipação que se formalizou no dia 18 de fevereiro de 1959, passando Peruíbe a ser emancipada. Finalmente, em 22 de junho de 1974, através da Lei Estadual, Peruíbe passou a ser reconhecida como Estância Balneária, devido à suas peculiaridades naturais.
Na segunda metade do século passado, por volta de 1970, milhares de pessoas procuravam as praias da Baixada Santista. O adensamento desta população turística levou à procura de novas praias, tendo como uma das opções a direção sul. Peruíbe passa então a ser procurada mais frequentemente pelos veranistas.
Ainda com o desenvolvimento da função turística ocorreu uma nova valorização das terras da área. Como resultado, houve a consequente migração dos moradores caiçaras que se encontravam nas proximidades da orla marítima. Esses moradores buscaram o caminho dos bairros mais no interior.
Outra característica interessante é que a valorização das terras e o Turismo (principalmente o veranismo) geraram sítios de lazer na região, onde as cercas e pedras pintadas de branco, os jardins com flores, as piscinas e as belas casas de alvenaria contrastavam com os sítios de posse interioranos, com suas casas de pau-a-pique, com o bananal verde claro incrustado no verde mais escuro da mata atlântica.
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